Justiça de Unaí afasta Andrea Machado do cargo de vereadora

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Com base numa denúncia anônima, o Ministério Público abriu, em 2017, um inquérito civil público para apurar suposta infração cometida pela vereadora e servidora pública Andrea de Fátima Machado Adjuto. Quase 2 anos depois, na manhã de 12 de março, o meio político de Unaí foi surpreendido com a informação de que Andrea Machado havia sido afastada cautelarmente do cargo de vereadora pela justiça de Unaí, por um prazo de 120 dias. Nas redes sociais correu a informação de que Andrea estaria sendo acusada inclusive de organização criminosa. Com o processo tramitando em segredo de justiça, nós procuramos a Câmara Municipal, que já foi notificada do fato, mas não houve manifestação a respeito. O assessor de comunicação da Casa disse apenas que “até o presente momento não tinha informações para transmitir” à nossa reportagem.

A defesa

 

Procurada, Andrea Machado autorizou o advogado Rodrigo Ameno a falar em seu nome. Ele recebeu a reportagem do Jornal Visão Regional em seu escritório e negou parte das acusações, classificadas como “boatos de redes sociais”. De acordo com o doutor Rodrigo, sua cliente foi mesmo afastada do cargo de vereança, sem prazo previsto. Ele afirmou que não há nenhuma acusação de organização criminosa contra Andrea e que os fatos que levaram a justiça a afastá-la não foram totalmente esclarecidos. Questionado sobre o que teria contra sua cliente, o doutor Rodrigo respondeu que em respeito à justiça, que decretou o sigilo processual, não poderia dar muitos detalhes e garantiu que vai provar sua inocência. Ele disse ainda que as acusações a ela imputadas são com base num inquérito civil que é procedimento em que não ha contraditório nem produção de provas e que a decisão foi tomada sem que a vereadora fosse ouvida no âmbito do processo.

Sigilo

 

Mesmo em sigilo, o Jornal Visão Regional teve acesso ao pedido do Ministério Público e constatou que a vereadora está sendo processada por atos de improbidade administrativa. Segundo o MP, Andrea se utilizava de seus cargos para praticar ilícitos no encaminhamento de pacientes para realização de cirurgias em Belo Horizonte. Além do afastamento da vereança o MP solicitou também a indisponibilidade de bens da vereadora, porém, parece não ter sido atendido. Ao contrário dos boatos que se espalharam pela cidade, o MP não chegou a solicitar a prisão da vereadora.

Reportagem: Rubens Martins

Fotos: José Ney Lopes