Em coletiva online, onde mais de 40 repórteres participaram, as Polícias Civil e Militar passaram informações estarrecedoras em relação à garotinha de 6 anos que estava desaparecida há 3 dias e cujo corpo foi encontrado no Rio Preto, na manhã deste domingo, 16 de maio.
Participaram da coletiva os delegados da Polícia Civil Lilian Rodrigues e João Rodrigues Furtado, que estão conduzindo a investigação da morte da vítima, e o oficial da Polícia Militar, Major Rodrigo Ramos, que comandou a operação onde foi feita a prisão em flagrante delito do meliante, João J. L. F, padrasto da vítima. Segundo um vizinho, que contou o nome do padrasto a esta reportagem, ele sempre se apresentou um homem frio e medonho.
Em coletiva, as três autoridades policias confidenciaram que ao longo dos 3 dias de procura pela Ana Paula, criança autista de apenas 6 anos, o padrasto se demonstrou frio, sem nenhum sentimento de preocupação, e quando questionado para ajudar nas buscas, chegou a dizer que “NÃO IRIA PRODUZIR PROVAS CONTRA ELE”. O comportamento duvidoso e o passado de crimes onde ele estuprou e assassinou a sua própria mãe, e outro crime bárbaro onde é o principal suspeito de estupro e morte de uma criança de apenas 3 anos de idade levou as polícias a suspeitarem dele ainda quando estava a procura da criança.
As buscas pela menina, por três dias, contou com a participação da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e populares que se sensibilizaram e voluntariamente participaram dessa dolorosa jornada.
Requintes de crueldade
Além de estuprar a vítima, a forma com que ela foi assassinada foi de uma monstruosidade tamanha, jamais vista antes na região. Logo quando o corpo foi encontrado, os legistas já constataram que ela foi torturada, o tórax quebrado e o maxilar dilacerado, além de outros inúmeros hematomas que ela apresentava.
Premeditado?
O padrasto nega o crime. Ele mesmo ligou para a polícia militar na última quinta-feira, 13 de maio, informando o desaparecimento da criança às 18 horas, mas foi vista por testemunhas pelo última vez às 15 horas do mesmo dia.
De acordo com informações repassadas na coletiva, a criança se incomodava em ficar perto do padrasto quando a mãe não se encontrava em casa, mas como a mãe estava prestes a ganhar outro filho, teve que ser internada, e foi aí que a sua filha foi brutalmente abusada e assassinada.
Na coletiva, foi informado que tinha uma outra pessoa na casa, e quando esta pessoa teve que resolver uma questão pessoal, foi quando a criança desapareceu. A delegada Lilian Rodrigues afirmou que até o momento o ÚNICO suspeito de cometer o crime é o padrasto.
Investigação
Com o único suspeito preso, as autoridades afirmam que as testemunhas, que de certa forma estavam sendo coagidas, irão se manifestar e isso facilitará para a Polícia Civil chegar nas constatações dos fatos. Mesmo com fortes indícios e o passado obscuro do meliante, as apurações das provas e depoimentos são cruciais para que se faça justiça e que se chegue a verdade do que aconteceu.
Mãe da Criança
Segundo a delegada, a mãe ainda não foi interrogada devido a sua situação. Ela deu à luz a uma criança nesse último sábado, 15 de maio. Ela demonstrava-se bem abalada com o sumiço de sua filha e com dificuldade de encarar o problema. Disse que teve algumas conversas informais com o intuito de ajudar na busca pela criança, e que ela será interrogada em breve.
Justiça falha?
O meliante, que já foi condenado há 31 anos de reclusão em Regime Fechado por ter estuprado e assassinado a sua própria mãe no ano de 2007, na cidade de São Francisco-MG, ficou preso menos de 5 anos e ganhou relaxamento da pena. Logo depois, tornou-se o principal suspeito de estupro e morte de uma criança de 3 anos, e mesmo assim ficou preso pouco tempo. Agora, com indícios fortíssimos de ter cometido vários crimes bárbaros com uma criança de seis anos, mostra que a justiça muitas vezes fecha os olhos de forma inaceitável.