Junior: Do Teatro ao mundo Virtual

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César Júnior da Silva, mais conhecido como Júnior do Teatro, é ativista cultural, servidor público na Prefeitura de Unaí, professor e autor de vários livros. Ele também é ator e diretor teatral, escritor de peças teatrais e coordenador do Grupo Teatral Fênix. Foi um dos idealizadores do Museu de Unaí e da Escola Municipal de Música.

Nos últimos anos César  Júnior ganhou destaque nas mídias sociais, porém, nos últimos meses chamou mais atenção ao abordar temas e notícias relacionadas à Covid-19 em Unaí. Seus vídeos e postagens tiveram um grande alcance e alguns geraram polêmicas em Unaí.  O Portal Unaí entrevistou César Júnior para saber um pouco mais desse que agrada e desagrada muita gente através de sua badalada página no Facebook.

Portal Unaí: Primeiramente, quem é Júnior do Teatro?

JT: Sou filho de Tereza Maria da Silva e Gerson Teixeira da Siva (Gersinho Corretor), nasci em Brasília, em 1977, (naquela época a maioria de nós unaienses nascíamos lá por questão de estrutura hospitalar ). Morei muitos anos na Rua Domingos Pinto (na Baixada do Cachoeira), sou casado com a professora Mirian Luciana e pai de dois filhos (um de 21 e outro de 15 anos).

Desde criança já comecei a trabalhar, vendia alface e couve nas ruas empurrando um carrinho de mão, depois fui vender biscoitos (para o Manuel do pastel). Aos 15 comecei a trabalhar no Lojão das Fábricas e depois fui para o Vila Verde, onde trabalhei até idos de 1996. Em 2004 passei no concurso da Prefeitura, onde ingressei no serviço público.

De 2005 a 2009 fui vice-diretor da Escola Municipal Jovelmira Jacinto Vasconcelos e junto com a Diretora Marta Perla fizemos um grande trabalho. Em 2010 assumi a direção da Fundação Municipal de Arte e Cultura (FUMAC) e junto a essa instituição criamos a Escola Municipal de Música e reestruturamos a Banda Municipal “Lira Capim Branco”, criamos o Conselho Municipal de Cultura e reestruturamos o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, do qual fui presidente e na minha gestão constituímos o Museu Maria Torres Gonçalves . As ações desenvolvidas por mim à frente da FUMAC foram fundamentais para a criação da Secretaria Municipal da Cultura.

Portal Unaí: Como se deu o envolvimento com o teatro?

JT: Sempre fui apaixonado pelas artes, principalmente pelos livros,  o teatro, a TV e o cinema. No ano de 1996 fundei o Grupo Teatral Fênix, pois já vinha de uma experiência de teatro amador no Distrito Federal, aí então busquei a parceria do Senhor Ildeu Pereira (Fundação Vida) para criarmos uma grupo de teatro na cidade. Escrevi vários textos que são encenados por nós até hoje. Em 2004 criamos o Centro de Cultura Maria Torres Gonçalves, que mantém  uma série de atividades culturais (oficinas de arte, biblioteca comunitárias, cineclube, espetáculos de teatro, entre outras atividades).

Portal Unaí: Você é escritor?  Fale um pouco dessa sua paixão pela escrita.

JT: Na verdade eu sou um apaixonado por livros, e tenho minha escrita voltada para a preservação da memória. Recentemente publiquei um livro de memórias no qual busco contar a história da Baixada do Cachoeira , mas tenho já pronto uma biografia do Sebastião Alves Pinheiro e também um livro didático contando a história da cidade de Unaí (Geografia e História para alunos do 4° ou 5º Ano do Ensino Fundamental).

Portal Unaí: Você tem utilizado as redes sociais para informar sobre a questão da pandemia do Coronavírus na cidade. Porquê dessa ação se você não atua na imprensa local?

JT: Não faço jornalismo nem tão pouco tenho a pretensão de fazer o papel da imprensa, que é muito importante para o nosso município. Uso as mídias para divulgar e não noticiar, é claro que o assunto desperta curiosidade de todos e eu busco esclarecer boatos trazendo sempre meu posicionamento sobre o assunto, aconselhando, dando dicas de cuidados ou mesmo trazendo informações que foram repassadas por parentes ou pessoas que estão lidando diretamente com o assunto.

Nunca usei meus vídeos para propagar notícias falsas, hora ou outra me acusam disso, mas logo a verdade vem e esclarece a minha nota. É claro que despertei ódio de alguns e ciumeis de outros. Ódio porque algumas informações eram para ser mais sigilosas e acabei levando a público, e ciúmes porque algumas pessoas não aceitam eu ter a informação primeiro do que elas, e também pela visibilidade que os vídeos me trouxeram. Sou atacado nas redes sociais por aliados do governo municipal e também pela oposição e assessores de políticos, mas não me importo. Se estou do lado da verdade, não tem o que temer, só desgaste mesmo que entristece o coração.

Portal Unaí: Recentemente você se envolveu numa polêmica com os moradores do bairro Mamoeiro. O que aconteceu de verdade?

JT: Quem me conhece sabe da minha paixão pelo ser humano. Nunca na minha vida ofendi ou ofenderei alguém. O que houve foi uma interpretação equivocada de uma fala minha e que alguns usaram como forma de agredir e denegrir minha imagem. Sou de origem humilde, comecei a trabalhar cedo, sempre me dediquei ao servir, nunca na minha vida ousaria chamar alguém de “passa fome”. Eu pedi desculpa aos moradores pela frase mal dita, ou mal expressada, mas sei que alguns maldosos de plantão vão se utilizar do momento para se promoverem. Basta as pessoas olharem a minha luta, meu posicionamento e saberão que não fiz nada com a intensão de agredir alguém.    

Portal Unaí: Em poucas palavras, como você descreve a cidade de Unaí?

JT: Olha, Unaí é uma potência, uma das cidades mais prósperas do Estado, isso tem que ser consolidado, e essa consolidação passa por ações políticas de grande impacto. Nós unaienses temos que lutar para que a nossa cidade busque representantes em todas as esferas  que atendam ao anseio da população e não de certos grupos.

Falta emprego? Temos que explorar o agronegócio, falta geração de renda? Temos que ajudar os pequenos produtores, os artesãos, os empreendedores. Podemos atrair turistas, basta acreditarmos no nosso potencial: Turismo de Aventura e Ecoturismo (grutas, cachoeiras, pedreiras); Turismo de Eventos: Festa da Moagem, Expoagro, Feiras de Agronegócios; Turismo Religioso: Festa de Santo Antônio do Boqueirão, Via Sacra e por aí vai.

Reportagem e foto: José Ney Lopes